Cada vez mais sênior

Especialista explica como o Brasil deve se preparar para o envelhecimento populacional

Por Amanda Krohn | Fotos: Divulgação

O Brasil está envelhecendo. Conforme projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população sênior – com 65 anos ou mais –, deve atingir 58,2 milhões em 2060. O número equivale a 25,5% da população.

Além disso, o IBGE também estima que a população de até 14 anos corresponderá apenas 15% no mesmo ano.

Em entrevista exclusiva à Revista Expansão, o presidente da Associação Brasileira do Cidadão Sênior (Abracs), Mauro Moreira de Oliveira Freitas, explica como o país deve se preparar para esse cenário.

De acordo com Freitas, a Abracs foi criada em 2014 por um grupo de profissionais de diversas áreas que estavam preocupados com o crescimento acelerado do número de pessoas idosas no Brasil, mas sem estrutura social e cultural para esse cenário.

A entidade atua em conjunto com o Congresso, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNPI), além de autoridades regionais e municipais.

Com quais objetivos e princípios a Abracs foi criada?

A entidade foi fundada para institucionalizar nossas ações e divulgar nossas ideias, de forma livre e sem vinculação partidária e governamental.

Como idealizador, sugeri esse caminho para que pudéssemos defender políticas públicas e iniciativas privadas que garantam uma longevidade digna e que respeitassem a vontade daqueles que vivem mais.

Atualmente, a Abracs estrutura políticas públicas, produtos e serviços para auxiliar pessoas idosas ou aposentadas a alcançarem qualidade de vida.

De que forma a associação luta para que os idosos tenham uma vida digna no Brasil?

A Abracs promove muitas ações de conscientização dos direitos e garantias das pessoas idosas, participando como representante da sociedade civil junto ao CNPI, participando e promovendo eventos como palestras, debates, assessoria para instituições que desejam participar de projetos sociais, em audiências públicas no Congresso Nacional, feiras e eventos promovidos por prefeituras e conselhos municipais.

A partir de agora a associação irá ampliar seu quadro de associados para que possamos trazer mais produtos, serviços e benefícios com as vantagens que as negociações coletivas nos permitem.

O Clube de Serviço da Abracs já está em fase final de construção e logo será divulgado para todos que quiserem participar e se beneficiar de produtos e serviços com o melhor custo-benefício.

“Além da Constituição e do Estatuto, alguns municípios têm leis que ampliam os benefícios para a população idosa.”

Uma das maiores conquistas com relação aos direitos da pessoa idosa foi o Estatuto da Pessoa Idosa, criado em 2003. Como a entidade enxerga a importância deste estatuto?

A Lei 10.741/2003 – hoje chamada de Estatuto da Pessoa Idosa – nos coloca em uma condição ímpar de sermos um país com legislação específica para garantir os direitos das pessoas idosas, além de prever o fundo do idoso para arrecadação e fomento de projetos sociais.

Como o estatuto estará completando 20 anos no ano que vem, é claro que já precisamos rever alguns pontos, mas o Brasil se destaca como um dos únicos países que possui legislação especial prevendo direitos e garantias das pessoas idosas.

Além da Constituição e do Estatuto, alguns municípios têm leis que ampliam os benefícios para as pessoas idosas, mas não é suficiente se não divulgarmos essas normas e cobrarmos suas aplicações.

É necessário ajustes no próprio Estatuto, como aumento de penas para quem violar os direitos das pessoas idosas.

Também devemos tratar os inquéritos policiais envolvendo violência contra pessoas idosas da mesma forma que dispomos na Lei Maria da Penha.

>> Para saber mais assuntos de interesse da pessoa idosa, siga-nos no Facebook e Instagram: @abracs_

📍 Faça parte de uma das maiores associações brasileiras representativas dos interesses das pessoas idosas. Clique aqui para tornar-se um sócio ABRACS.