A esclerose múltipla em idosos apresenta desafios únicos devido a fatores relacionados à idade e à sobreposição de sintomas da EM com outras condições.

 

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, principalmente em adultos entre 20 e 40 anos. No entanto, a EM também pode se manifestar em indivíduos idosos, embora seja menos comum. Os desafios únicos enfrentados por idosos com EM exigem atenção e cuidados especializados. 

 

Hoje iremos destacar o impacto da esclerose múltipla em idosos, explorando sua apresentação clínica, desafios e a importância do suporte abrangente.

 

A EM em idosos pode se manifestar de forma diferente do que em pessoas mais jovens. Os sintomas podem ser mais sutis ou imitar condições relacionadas à idade, tornando o diagnóstico desafiador. 

 

Sintomas típicos da EM, como fadiga, fraqueza muscular, coordenação prejudicada e problemas cognitivos, podem ser atribuídos ao processo de envelhecimento, resultando em diagnóstico tardio ou equivocado.

 

Abaixo listamos seus principais desafios:

 

  1. Diagnóstico Incorreto e Tardio: Devido à sobreposição dos sintomas da EM com os de outras condições relacionadas à idade, os idosos frequentemente enfrentam diagnóstico tardio ou equivocado, resultando em um período prolongado sem tratamento e suporte adequados.

 

  1. Progressão da Doença: A EM tende a progredir mais lentamente em idosos, mas o efeito cumulativo da doença ao longo do tempo pode impactar significativamente suas habilidades físicas e cognitivas. A progressão da doença pode agravar condições relacionadas à idade existentes, levando a um aumento da incapacidade e maior risco de quedas.

 

  1. Comorbidades: Indivíduos idosos com EM frequentemente têm condições de saúde adicionais, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e osteoporose. Gerenciar essas comorbidades juntamente com a EM requer uma abordagem multidisciplinar para garantir cuidados abrangentes.

 

  1. Declínio Cognitivo: Idosos com EM têm maior probabilidade de experimentar declínio cognitivo, incluindo problemas de memória, atenção e processamento de informações. Esses comprometimentos cognitivos podem afetar as atividades diárias, as interações sociais e a qualidade de vida em geral.

 

  1. Sobrecarga dos Cuidadores: À medida que a doença progride, muitos idosos com EM precisam de assistência para atividades da vida diária. Isso coloca uma carga significativa sobre os cuidadores familiares, levando frequentemente ao desgaste emocional e físico. Serviços de apoio e cuidados de alívio para os cuidadores são cruciais para evitar o esgotamento e manter o bem-estar deles.

 

No entanto, um diagnóstico precoce e preciso, suporte abrangente e uma abordagem multidisciplinar são fundamentais para garantir que os idosos com EM recebam os cuidados adequados. São exemplos:

 

  • Diagnóstico Precoce e Preciso: Melhorar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre a EM em idosos é essencial para o diagnóstico precoce. O acesso oportuno a ferramentas de diagnóstico, como ressonância magnética (RM) e punção lombar, pode ajudar a confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

 

  • Cuidado Multidisciplinar: Idosos com EM se beneficiam de uma equipe multidisciplinar composta por neurologistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais. Essa abordagem aborda as necessidades complexas do indivíduo, incluindo manejo de sintomas, reabilitação, suporte à saúde mental e serviços sociais.

 

  • Abordagem de Tratamento Personalizada: As decisões de tratamento para idosos com EM devem levar em consideração sua saúde geral, comorbidades e possíveis interações medicamentosas. Os medicamentos usados para controlar a EM devem ser selecionados com cuidado, equilibrando terapias modificadoras da doença com os possíveis efeitos colaterais em idosos.

 

  • Prevenção de Quedas e Reabilitação: Quedas são uma preocupação significativa para idosos com EM. Estratégias de prevenção de quedas, incluindo fisioterapia, programas de exercícios e modificações no ambiente doméstico, podem ajudar a minimizar o risco de quedas e lesões subsequentes. Programas de reabilitação também são essenciais para manter a mobilidade, a independência e a qualidade de vida.

 

  • Suporte Psicossocial: O impacto emocional e psicológico da EM em idosos não deve ser negligenciado. Grupos de apoio, aconselhamento e programas de reabilitação cognitiva podem auxiliar no gerenciamento da ansiedade, depressão e declínio cognitivo. O engajamento social e a participação em atividades significativas são vitais para manter o bem-estar mental.

 

Compreender esses desafios e fornecer apoio adequado é essencial para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos idosos com esclerose múltipla.

 

👉 Para saber mais assuntos de interesse da pessoa idosa, siga-nos no Facebook e Instagram: @abracs_